Carmo, “arrependo de não ter sido profissional de time grande”

Paulista de Getulina, Carmo Cassorillo Neto, 67 anos, 1,88m, chegou à Paranavaí com dois anos, jogou futebol e futsal por 25 anos, tendo recebido inúmeros convites de grandes times do futebol brasileiro, disse ao site avelaresportes.com que se “arrepende” de não ter aceitado algum.

Carmo tem 67 anos

O atacante foi considerado por muitos como uma grande promessa, disse ter sido convidado por Corinthians, Portuguesa de Desportos, Guarani, Ponte Preta e outros times. Carmo falou que os pais não permitiam que ele fosse embora, por amor à família declinava dos convites, acabou ficando e atuou profissionalmente no Atlético Clube Paranavaí por quatro temporadas. No esporte amador, ele jogou por 19 anos futebol e futsal no Demafra, comandado pelo empresário Cezar Francisco Borin. Falou que se fosse hoje, e com o potencial que tinha arrebentaria em qualquer time.

Equipe de futebol suíço Pronto Diesel (início dos anos 80)

Carmo começou nas categorias de base do São Paulinho, Banguzinho e ACP, depois foi para o Amador do ACP orientado pelo técnico Biga. Tornou-se profissional em 1969. Foi várias vezes artilheiro e campeão tanto no futebol como futsal, afirma que marcou mais de 500 gols.

Depois de parar no ACP, disputou umas quatro temporadas no Amador, pela Caiuaense, Flórida e outras equipes. Depois jogou suíço e society.

Demafra futebol

Demafra futsal

ACP em 1974

O Cezar Borin me pagava bem e não me deixava sair, comprei casa, carro com o que ganhei no futebol e futsal. O Demafra tinha estrutura profissional, tinha carro, departamento médico e outras coisas que o atleta precisava”.

Disse Carmo
Atuando pelo ACP no Estádio Natal Francisco em 1973

Ele foi campeão da Taça Paraná pelo Demafra, sendo duas vezes no futebol e uma no futsal, venceu a Taça Tigre, a Copa Tibagi, a Copa Noroeste e outras competições.

Na família Cassorillo, além de Carmo, o mano Roberto Baixinho jogou profissionalmente no ACP, Grêmio e Umuarama, o outro irmão Caldeira só jogou amador, João só brincava, eles têm duas irmãs Lena e Dinha. Os pais que estão acamados são Ângelo e Adelaide, Carmo mora com eles.

Além de ter feito cirurgia cardíaca em 2019, Carmo em 2005 teve que fazer cirurgia de um tumor na perna direita, segundo ele de tanto fazer infiltrações e levar boladas nas barreiras (no futsal a bola era pesada). Fazem 19 anos que o atacante parou, atualmente só realiza caminhadas na Praça dos Pioneiros, mesmo mancando, ele dá graças a Deus, por ainda poder caminhar.

Família de Carmo, no Banespinha em 2000

Quando Carmo atuou pelo ACP, tinha como companheiros Gula, Jofre, Da Silva, Chié, Cachopa, Vilela, Moreira, Cezar e outros, segundo ele uma turma boa. Parou com 32 anos no ACP. A época o presidente do Vermelhinho era Odair Pereira.

Quero agradecer a todos que conviveram comigo dentro e fora das quatro linhas, muitas inimizades você acaba fazendo nestes esportes, mas pedi perdão a todos (atletas, dirigentes e árbitros). Fui expulso muitas vezes, o árbitro não marcava as faltas que faziam em mim, e eu ficava revoltado e reclamava”.

Relatou o artilheiro Carmo
Em jogo pelo Demafra no Lacerdinha

Alguns achavam Carmo medroso, ele assim justificou.

Medroso, não, eu tinha cautela se não os zagueiros me quebravam, se não tivesse cautela estava aleijado e não estaria andando com dificuldades hoje, eu pulava sim, metros de altura para não ser atingido, porque eu partia para cima deles e driblava e marcava gols”.

Justificou Carmo
No Estádio Natal Francisco, time Demafra, Taça Paraná

FATO INUSITADO

Joguei futebol e futsal por 25 anos, em 1977 fomos à Cruzeiro do Oeste disputar vaga para a Taça Paraná Amador de Futebol (fomos vice), para entrar e sair do Estádio era preciso passar por debaixo da arquibancada, vencemos o jogo por 2 a 1. Foi um tremendo e violento quebra pau, o Estádio estava cheio (2 mil pessoas), para sairmos tivemos a maior dificuldade a polícia teve que ajudar. Pegaram o árbitro e os bandeirinhas e quebraram três garrafas nas cabeças deles. Quase cegou o árbitro quer foi direto para o hospital, todo ensanguentado, a polícia teve que intervir, nunca vi coisa igual, fiquei apavorado com as cenas de selvageria. Tenho muitos fatos inusitados que poderia narrar, finalizou Carmo Cassorillo Neto

Jogando pela Seleção de Futsal de Paranavaí

Paranavaí 18/10/2020.