DESDE 1983, PARANAVAIENSE “PÉ NA RUA” DISPUTA A SÃO SILVESTRE

19/04/2020 – Paranavaí-PR

O 15º lugar conquistado no ano de 1983 (tinha 2.618 inscritos) na classificação da mais famosa corrida pedestre de rua do Brasil, incentivou o paranavaiense José Antônio de Morais que tem o apelido de “Pé na Rua”, a competir por 36 vezes na Corrida Internacional São Silvestre, em São Paulo.

O pedestrianista animador, pois corre sempre com alguma fantasia, para alegrar as crianças e o público, quer neste 2020 completar a 37ª participação na prova que será disputada no dia 31 de dezembro de 2020, na capital Paulista. Atualizando os números de quilômetros corridos, o atleta já percorreu 521 km pelas avenidas de São Paulo (um pouco mais que a distância entre Paranavaí e Curitiba).

Em 1985 ele ficou em 18º lugar, em 1986 em 21º, depois com a inscrição de um número maior de atletas (misto) ele foi perdendo espaço (em 1987 ficou em 107º lugar). Atualmente ele participa da prova na categoria de 60 a 64 anos.

“Pé na Rua” disputou 149 maratonas (42.195 metros), a primeira foi em 1981, organizada em Curitiba pela Federação Paranaense com apoio do Carrefour. Em 1984, correu a segunda Maratona em homenagem As Diretas Já (Tancredo Neves). Esteve em 1994 na Maratona de Nova Iorque, em 2001 em Montevidéu, participou de duas provas em Buenos Aires e de uma em Asuncion. Pelo forte calor ele desmaiou em provas realizadas em Brasília, Cuiabá e Rio de Janeiro. O pedestrianista falou que antigamente tinha patrocinadores, mas em troca de bons resultados, como ele não almejava pódios e só queria alegrar a platéia, os perdeu, atualmente ele é quem custeia suas despesas.

Sua primeira prova pedestre foi em 1975 em Paranavaí, inclusive tinha uma prova na cidade com seu apelido (Pé na Rua). Estudou no Colégio Marins Alves de Camargo (Jardim Ouro Branco). Trabalhou quando garoto (década de 70) como engraxate na Banca do Wiegando, em Paranavaí. Foi gandula do Atlético Clube Paranavaí de 1969 a 1972, quando os jogos aconteciam no Estádio Natal Francisco (hoje Praça dos Pioneiros).

“Pé na Rua” tem 61 anos, até os 18 anos morou em Paranavaí, com 19 foi para Curitiba, onde tem uma empresa de Serigrafia. Em Paranavaí ele trabalhou no ramo com Silas Sanches, na Encass.

Torcedor do Atlético Paranavaí, ele sempre estava presente nos jogos na capital. No ano de 2011, em jogo contra o Coritiba (o ACP perdeu por 2 a 0), no Estádio Couto Pereira, ele era o único acepeano com a camisa e a bandeira do vermelhinho (tem também mais duas camisas do time, calção e boné), contra 6 mil torcedores do Coritiba. Quando da conquista do título em 2007 pelo ACP, ele apareceu na tela da RPC por três vezes. Foi capa do Diário do Noroeste na conquista de 2007.

No dia 14 de julho de 2016, quando a tocha olímpica passou por Curitiba, Pé na Rua a conduziu por 36 km, ele correu das 7 horas às 19 horas. Pela participação, ele recebeu homenagens das Polícias Civil, Militar e Federal pela Câmara de Vereadores de Curitiba.

Neste ano ele já participou de 14 provas, subiu ao pódio em seis. “Pé na Rua” foi eleito pela Federação Paranaense de Atletismo, como o atleta mais antigo no Paraná em atividade, o segundo é Zé Jorge de Maringá, começou a correr em 1976.

Mesmo com a Covid-19 ele está treinando (hoje domingo deve correr 20 km) dia sim e dia não em Curitiba para as futuras provas do calendário paranaense de provas de rua. No sábado, 18 de abril, ele estampou cinco mil máscaras para atender um cliente de uma empresa curitibana, que doará para a população se prevenir contra o Coronavírus. Em Paranavaí, tem o tio Garrincha que ainda pratica o pedestrianismo, começou depois de “Pé na Rua”.

FATO INUSITADO – No ano de 1986, “Pé na Rua” e mais nove atletas foram convidados pela Federação Paranaense de Atletismo e pela direção da Penitenciária Estadual de Piraquara (região metropolitana de Curitiba), para correrem uma prova de 5 km dentro da unidade, para a Ressocialização dos Presos. Tudo saiu dentro do programado pela organização, que deu para cada atleta um troféu alusivo ao evento. Apenas o paranavaiense que era o mais novo continua correndo, sete morreram e dois encerraram a carreira por terem mais de 80 anos. Ele pretende ainda correr mais alguns anos, até pendurar os tênis.