Depois de 24 anos, Casagrande deixa a Globo em comum acordo

Com 24 anos na maior rede de esportes do Brasil, Walter Casagrande Júnior não faz mais parte da equipe de comentaristas da Rede Globo. Em comum acordo, o ex-jogador e a empresa encerraram o vínculo na quarta-feira, 6/7.

Casagrande cobriu seis Copas do Mundo pela Globo, além de centenas de jogos de competições nacionais e internacionais. Casão teve participações marcantes em programas da Globo e do Sportv e mantinha um blog no ge.globo.

Vim aqui para comunicar que depois de 25 anos de TV Globo, seis Copas do Mundo, cinco finais, incluindo a de 2022 com dois gols do Ronaldo, três Olimpíadas e diversas finais de campeonatos por aí, meu ciclo acabou. Estou saindo da TV Globo hoje, 6. Não faço mais parte do grupo de esportes da TV e vou seguir minha estrada. Na realidade, acho que foi um alívio para os dois lados. Um beijo a todos”.

Disse Casagrande em suas redes sociais

Casagrande começou a carreira de comentarista ainda na década de 1990, na ESPN, pouco tempo após pendurar as chuteiras. Mas foi na Rede Globo onde se firmou e se tornou um rosto conhecido dos brasileiros nas transmissões esportivas, especialmente na cobertura da seleção brasileira e das equipes do futebol paulista. Casão ganhava R$ 30.000,00 na Globo.

Em 2007, o ex-jogador sofreu um grave acidente de carro e ficou longe da televisão, voltando somente dois anos depois participando de programas do canal SporTV. Durante o período no qual ficou afastado, Walter Casagrande foi internado para o tratamento da dependência química em álcool e drogas, em episódios contados por ele mesmo em programas de entretenimento da emissora.

A trajetória de Casagrande na luta contra as drogas é contada no livro autobiográfico “Casagrande e Seus Demônios”, lançado em 2013, com autoria do jornalista Gilvan Riveiro – também lançou “Sócrates e Casagrande – Uma História de Amor”, obra na qual aborda a amizade e a parceria de sucesso no Corinthians com Sócrates.

Em uma dessas passagens, ele conta que seu rompimento com o amigo Sócrates se deu porque o “Magrão” disse que ele havia se “vendido” para a Globo. Casão não gostou. Ele sempre relatou ter tido autonomia para dar suas opiniões e fazer suas análises esportivas. Não era um profissional da tática, preferia comentar o que estava vendo em campo, com sua experiência de ex-jogador.

Dentro das quatro linhas, Casagrande viveu seus melhores momentos na carreira vestindo a camisa do Corinthians, time pelo qual conquistou duas vezes o Campeonato Paulista (1982 e 1983). Acumulou passagens nos anos seguintes por São Paulo, Porto, Ascoli, Torino e Flamengo, voltando ao Corinthians em 1994. Passou por Paulista e São Francisco-BA antes de encerrar a carreira, em 1996.

Sócrates e Casagrande na Seleção Brasileira em 1986

Fontes – Globo e Terra

Paranavaí 07 de julho de 2022