Autor do gol do Bayern saiu de graça do PSG

É fulminante a ironia de que Kingsley Coman, autor do gol que deu o título da Champions League ao Bayern, em 2014 tenha saído de graça justamente do PSG, clube que o formou e que, continua na fila. O Bayern venceu por 1 a 0.

Desde que Coman deixou Paris, o clube gastou 820 milhões de euros em contratações. Jamais, no entanto, conseguiu formar um time coletivamente acima de qualquer suspeita.

Alegria de Coman

Sob o comando de Hansi Flick, de arrebatadora trajetória, os alemães não apenas conquistaram seu sexto título da Liga dos Campeões, mas o fizeram com histórica supremacia: é a primeira equipe a vencer todos os (onze) jogos da campanha e o campeão com mais gols marcados (43).

Para formar essa equipe de avassalador desempenho, o Bayern gastou 100 milhões de euros, menos da metade do valor pago pelo PSG para contratar Neymar, em 2017. É verdade que seu banco de reservas é mais caro que o próprio time titular, mas talvez isso seja outro fator digno de elogio: a busca pelo sistema de jogo prevalece sobre o balanço financeiro. Senhor de todas as ações no campo, o meia Thiago Alcântara custou 25 milhões de euros.

Desde 2011 bancado por rios de dinheiro do Catar, o clube de Paris vai no sentido exatamente oposto. Traçou como sua obsessão vencer uma Champions League e para isso investe em nomes estelares, muitas vezes maiores que o próprio clube (como Neymar), e nesse processo obviamente se perde nos critérios (porque talvez os critérios não existam) e acaba pagando fortunas por jogadores cujo nível técnico real os obrigaria a uma sabatina com a pelota para poder jogar a segunda divisão brasileira. O PSG tenta “comprar” a tradição e a relevância que nunca conquistou no campo.

Elenco milionário do Bayern

O que parece faltar no PSG, falando de forma bastante subjetiva, é uma espécie de “cultura de futebol”. Não se percebe, na construção do time, a busca por uma identidade — e a escolha um tanto aleatória de técnicos, nessa década vivendo como novo rico da Europa, talvez confirme a hipótese. É claro que a injeção brutal de dinheiro costuma ser decisiva para conquistar a Champions League (o que torna a competição uma festinha privada de uns poucos privilegiados), mas mesmo no campeão Bayern, no poderoso Real Madrid ou no Manchester City (para citar um clube em situação semelhante à do PSG), se nota a procura pela definição de um conceito a ser aplicado em campo. O PSG funciona como um show de auditório com o apresentador jogando dinheiro para o alto, com a Torre Eiffel compondo o cenário.

Essa estratégia um tanto lunática para tentar obter reconhecimento, materializado no troféu da Champions League, esteve refletida na decisão de Lisboa, contra um time muito mais sólido e eficiente.

Diante da superioridade coletiva alemã, o PSG passou a tarde com um latifúndio no meio-campo, esperando que Paredes lapidasse o passe mágico que serviria de estopim para o poder de fogo de Neymar e Mbappé, a dupla que custou quase 400 milhões de euros (ou quatro times titulares do Bayern). Diante do naipe do adversário, cuja história transforma o PSG em uma nota de rodapé do futebol europeu, era até compreensível, mas um pouco decepcionante para quem está obcecado em afirmar a própria grandeza.

Brasileiro Coutinho

Coutinho foi o 58º brasileiro a conquistar a Liga dos Campeões, ele marcou três gols em 11 jogos, foi titular em cinco jogos.

BRASILEIRO/SÉRIE A

Domingo, 23: Flamengo 1×1 Botafogo, Vasco 0x0 Grêmio, Palmeiras 2×1 Santos, Bragantino 1×2 Coritiba, Sport 0x1 São Paulo, Ceará 2×0 Bahia. Nesta quarta-feira, 26 de agosto, às 21h30 o Corinthians recebe o Fortaleza.

Fonte – Douglas Ceconello (ge/Porto Alegre)

Foto – Matthew Childs (Reuters)

Paranavaí 24/08/2020