ATLÉTICO CLUBE PARANAVAÍ COMPLETA 74 ANOS

Fundado no dia 14 de março de 1946, o Atlético Clube Paranavaí hoje (14 de março) na Terceira Divisão do Campeonato Paranaense de Futebol completa 74 anos.

O time ainda luta para disputar a competição deste ano, já que tem uma dívida de mais de 50 mil reais, junto a Federação Paranaense de pendências de competições anteriores. Até na quinta-feira, 19 de março, o time tem que saldar a dívida. Segundo o presidente em exercício Francisco Carneiro, uma solução está sendo estudada para que o time esteja em condições de disputar o Acesso à Segunda Divisão.

SALOMÃO – Edson Felipe (Salomão), um dos presidentes do time e organizador de um evento que homenageará no dia 4 de abril na Associação Atlética São Lucas de Paranavaí, atletas que aqui atuaram em décadas passadas, contou um pouco de sua passagem a frente do Vermelhinho do Fim da Linha”.

Edson nasceu em São Sebastião do Paraíso (MG), tem 82 anos, veio para Paranavaí com 17 anos foi presidente do Harmonia Country Club três vezes.

“Quando aqui cheguei, meu irmão Geraldo Felipe tinha sido presidente do Atlético Clube Paranavaí (o segundo), falei com ele e todas as decisões eram tomadas em nossa loja (Casas Felipe) pelo Dr. Waldemiro Wagner e Luiz Spigolon. Pedi a ele para deixar eu treinar, ele autorizou, com 10 dias eu já era titular como goleiro, jogamos na região toda (até contra a Prudentina) eu era da categoria Amador, mas o time estava se profissionalizando. Resolvi largar o gol, briguei com o treinador e falei, só jogo na frente, mas fui parar na lateral esquerda, e também com 10 dias fui titular, fiquei até no time do Atlético Paranavaí até 1960, quando tive uma contusão séria e parei. Após joguei amadoristicamente com o time Veterano do Atlético Paranavaí, depois fui para o Harmonia, onde joguei até operar o joelho, isso em 1994”.

PRESIDENTE – Foi convidado para ser conselheiro do ACP, foi eleito presidente do Conselho Deliberativo (1992), em 1970 ajudou a montar o time com Noriva, Tutu e outros, era diretor de futebol. Em 1980, com o Cesar Borin e Nico Vendramin montou o time, por sinal muito bom. Não quis relatar nomes para não cometer injustiças. Nesta década, o ACP venceu no Maracanã o time Madureira pela Copa do Brasil, na preliminar de Flamengo e Atlético/MG, Estádio completamente lotado (foi inesquecível). Ele trouxe o técnico Coronel, que morava no Rio de Janeiro.

Entrou à frente do ACP em 2002 a pedido do prefeito Deusdete Ferriera de Cerqueira, como interventor em 2002, com uma boa diretoria acertou as contas. Por insistência dos amigos Salomão voltou em 2011, para disputar o Paranaense, em seguida deixou o time até os dias de hoje.

“Em 2002, fomos vice-campeões da Segunda Divisão, subimos em 2003 e fomos vice da Primeira Divisão, perdemos para o Coritiba, disse Salomão”.

Salomão falou. Pouca gente sabe, mas até 2008, o ACP foi a terceira força do futebol paranaense, em 2002 e 2003 fomos vice-campeões, ganhamos o troféu de campeão invicto e do interior, em 2004 não fomos para a final, pois teve um problema entre Campo Mourão e Londrina. A Adap de Campo Mourão não havia perdido para ninguém, na véspera do jogo contra o Londrina que interessava para nós, o supervisor da Adap dispensou todos os atletas titular, o Londrina ganhou e terminamos em quinto lugar. O ACP até em 2018, era a quarta maior renda do futebol paranaense, o maior público foi no jogo em Curitiba, entre Coritiba e ACP, em 2003 (50 mil), aqui em casa nossa média de público girava entre 15 a 20 mil torcedores”.

Salomão lamenta a situação atual do time. Falou de cadeira que Paranavaí tem condições de montar uma boa equipe para ficar até em quinto lugar.  Quando a direção do time saiu das mãos de gente da cidade, a coisa degringolou, muita coisa errada foi feita, até hoje tem, disse que só fica ouvindo, acha que se o time não disputar a Terceira Divisão será lamentável, se não disputar tem que haver uma intervenção. Paranavaí tem um Estádio que mereceu elogios. Discorda, como desportista do fim do Estádio Dr. Waldemiro Wagner para transforma-lo em um lago.

CONFRATERNIZAÇÃO – “Os atletas que aqui passaram merecem uma homenagem, pelo que fizeram para honrar a camisa do Atlético Clube Paranavaí, além de levar o nome da cidade pelo mundo afora”, finalizou Salomão que aceita retornar para ajudar o ACP, mas como colaborador.

No dia 4 de abril haverá um almoço de confraternização, na Associação São Lucas, com vários atletas, comissão técnica completa dos times de diversas décadas, além de colaboradores.

FATO INUSITADO – Salomão relatou um fato considerado inusitado quando esteve à frente do Atlético Clube Paranavaí.

“Em 2003, classificamos para a Copa do Brasil, jogamos contra o Gama (Distrito Federal), teve um episódio que não gosto de lembrar, foi pior que a arbitragem de Coritiba e ACP em 2003 (árbitro Héber Roberto Lopes (FIFA-PR, marcou uma penalidade inexistente contra o ACP), uma vergonha, quando o Gama jogou aqui, tinha um atleta irregular, recorremos, o Dr. Fábio Franco fez uma grande defesa, ganhamos no Rio. Íamos jogar em Brasília, eu não fui, pois estava no Rio de Janeiro no outro julgamento do jogo. Era para começar às 18 horas, começou às 19h30, era uma movimentação tremenda no tribunal (presidente Sveiter) envolvendo diretores do Gama, advogados e o vice presidente da CBF. Pensei, ganhamos a primeira vez, achei que iriamos ganhar novamente, mas perdemos. Eu falei muita bobagem dentro do Tribunal, eu nunca havia visto aquilo no futebol, aquilo para mim era uma “M”, o nosso advogado pediu para eu me conter, se não seriamos presos no recinto. Foi lamentável”.

Foto em destaque de Cícero Justino, extraída do Livro de Josias Lacour “A primeira década da maior glória”.