Atleta de Roberto Quintino, Leonardo Calzavara recebe bolsa em Universidade Americana

Leonardo Calzavara, 21 anos, nasceu em Maringá, no entanto, sua família materna, reside em Paranavaí, ele começou no futsal com o professor Roberto Quintino, o atleta ganhou uma bolsa da Universidade Americana (Greenville) de quase um milhão de reais.

Desde sua infância almejou ser jogador de futebol. Atualmente ele reside em Grenville (Estado de Illinois, fica no centro -oeste, é o quinto mais populoso quase 13 milhões de habitantes).

Me lembro muito bem de quando eu e minha mãe mudamos de Cruzeiro do Sul para Paranavaí em 2003 apenas com um Fusca antigo e que torcíamos para não chover, porque quando chovia o carro ficava alagado”.

Disse Leonardo
Jogando em Paranavaí pelo ACP no Estádio WW contra o Coritiba

Léo começou a jogar futsal aos 5 anos com o professor e treinador Roberto Quintino, e diz que bola e estudo começaram a andar juntos em sua vida desde cedo.

Quando tinha 8 anos, eu e minha mãe conversamos e infelizmente ela me disse que não tinha mais condições de continuar a pagar a mensalidade no antigo Colégio Simetria (atualmente Fatecie Max) e já estávamos decididos de que eu iria para uma escola pública, quando chegamos no Colégio, a diretora juntamente com meu treinador ao saberem disso, me deram uma bolsa que me fez permanecer lá até eu ir para o ensino médio. Foi um dos dias que eu e minha mãe mais choramos na vida e a gratidão que tenho por essas pessoas é eterna”.

Falou Léo
Treinando no WW

O volante começou a se destacar no futebol de salão e Quintino o levou para o futebol de campo aos 10 anos de idade no time do Estrela Vermelha e lembra as dificuldades de ir treinar.

Da minha casa até o campo da Vila Operária, era uns 9 km e quando não tinha carona, restava ir de a pé. Os atletas que lá jogavam eram 4/5 anos mais velhos do que eu e não tinha time da minha idade, mas foi lá um dos lugares aonde mais aprendi dentro e fora de campo”.

Contou o atleta
Conquista pela Seleção de Paranavaí em 2014, fase Regional dos Jogos da Juventude, em Paraíso do Norte

Em 2014, Leonardo começaria o ensino médio e por se destacar principalmente no futsal, recebeu proposta dos 3 Colégios particulares de Paranavaí.

Foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, porque já tinha treinado com os três treinadores, mas creio que fiz a melhor escolha, não tinha como dizer não para o Quintino por tudo que ele já tinha feito em minha vida e o Colégio Nobel, além de estar no melhor Colégio e a bolsa ser de 100% para os três anos”.

Falou Léo
Em jogo em Curitiba

Também em 2014, Léo relembra que começou a jogar nas categorias de base do Atlético Clube Paranavaí e disputou duas vezes o Campeonato Paranaense, Sub-15 e Sub-17, e que a partir de 2016 era constantemente chamado para completar os treinos do time profissional.

Nunca fui o melhor jogador em nenhum dos times que joguei, mas se escolhessem os três mais dedicados nos treinos, acredito que seria lembrado, creio que isso me diferenciava e me fazia ser escolhido para compor o elenco”.

Narrou Leonardo

Léo menciona que em 2016, ao final do Campeonato de Base, ele e mais 4 atletas começaram uma preparação especial para fazer parte do time profissional e disputarem a Segunda Divisão do Paranaense de 2017, mas infelizmente com a chegada de um novo empresário veio a decisão em apostar em atletas mais experientes e após essa decisão Léo desistiu do futebol e integrou o elenco da São Lucas, time de futsal que disputava a Chave Ouro Paranaense.

Foi um dos dias mais tristes da minha vida, iria completar a terceira semana de treinos com o time profissional, estava super feliz e recebi essa notícia da noite pro dia. Dois dias depois recebi o convite para jogar futsal novamente”.

Explicou Léo

O atleta também evidencia o relacionamento especial e a importância em sua vida em relação ao atual secretário de Esportes de Paranavaí, Rafael Souza.

O Rafa é um anjo que Deus colocou em minha vida, lembro um dia que ele assistiu ao treino do profissional do ACP e logo após veio me elogiar, e duas semanas depois me viu treinando futsal sem entender nada. No outro dia fizemos alguns exames e conversamos por quase duas horas e ele me disse que era pra eu voltar os treinos no ACP e que tinham dispensado erroneamente, mas eu não achei certo voltar lá. Neste mesmo dia comecei a estudar como funcionava ir para os Estados Unidos para jogar e estudar”.

Lembrou Leonardo
Nos EUA

Em agosto de 2017, o atleta assinou com a Next Academy na franquia de Curitiba, que possui o intuito de ensinar inglês e gravar os jogos dos atletas para que recebam proposta dos EUA e destaca a importância da ajuda das pessoas em sua vida.

Era necessário me deslocar de Paranavaí a Curitiba quase toda semana e eu não tinha condições financeiras disso, foi quando o Rafael Souza além de estar sendo meu preparador físico e meu principal incentivador, me ajudou inúmeras vezes tanto financeiramente quanto com carona para Curitiba, e lá na capital o presidente da franquia, Arthur Klas, me ajudava com casa, alimentação e transporte. Devo enorme porcentagem de tudo isso que vivo hoje a essas duas pessoas, se não fosse a boa vontade deles em alimentar o meu sonho, não estaria aqui”.

Evidenciou o atleta e estudante universitário

Léo relata que se destacou em Curitiba e nos apresenta um pouco de como foi sua primeira experiência nos Estados Unidos e as dificuldades de estar em um lugar totalmente diferente.

No segundo jogo pela Next, já tinha sido escolhido como o melhor jogador da partida e cinco meses depois de integrar o time, recebi uma ligação do Rio de Janeiro, sendo convidado para fazer parte de uma equipe chamada “Next Palm Beach” que iria jogar a PDL (Terceira Divisão dos EUA, atualmente – SL 2). Do dia que comecei a sonhar em ir para os EUA até minha chegada lá, foram apenas 8 meses, algo muito rápido, já que alguns atletas necessitam de anos para receber alguma oportunidade. Foi uma decisão muito bem pensada e eu disse que era a oportunidade da minha vida para minha mãe e ela investiu tudo o que tínhamos naquele sonho e graças a Deus creio que isso está sendo muito recompensado. Me destaquei e as portas começaram a se abrir para mim”.

Continuou Léo

Desde então, Léo cita que vem evoluindo em todos os níveis de sua vida e hoje vive algo que jamais sonhou em sua vida.

Cheguei aqui com a proposta de um time que estava entre os 30 melhores do país, me transferi para o time que estava em quarto no ranking e após marcar 106 pontos no TOEFL ITP (prova exigida pelas universidades americanas) e o auxiliar técnico indicar meu recrutamento, hoje estou desfrutando de uma equipe que integra a principal Liga de Futebol Universitário nos Estados Unidos (NCAA) e ainda realizando o sonho de ter a oportunidade de cursar a faculdade de Agricultural Business (graduação em especialização em negócios na agricultura e pecuária), talvez se eu planejasse, não seria tão perfeito o que estou vivendo hoje”.

Detalhou Leonardo
Léo com a camisa 12

Desde pequeno o futebol se fez presente na vida de Leonardo.

Uma das coisas que eu mais gosto e gostava de fazer em minha vida era  assistir jogo de futebol ao lado do meu avô Amadeu e também assistir meu primo Hauney, que já jogou profissionalmente na Itália e sempre foi inspiração pra mim, creio que tá no sangue um pouquinho desse vício de bola”.

Confessou Léo

Desde quando se lembra o atleta ressalta que sua maior motivação em especial é sua mãe Marlene e compartilha as batalhas que já viveram juntos.

Acompanhei muitas das vezes minha mãe sair de casa as 5 da manhã e voltar às 11 da noite para termos o que comer dentro de casa, e para mim nunca foi justo ela batalhar sozinha. Comecei a trabalhar com 15 anos e de alguma forma tento dar um alívio nas contas, e essa oportunidade aqui nos EUA fez com que desde os meus 19 anos eu não precise de mais nem um centavo da minha mãe e com muita dedicação e a bênção de Deus, estou conseguindo ajudar ela lá no Brasil”.

Falou o maringaense Léo

Leonardo em Paranavaí já trabalhou de pizzaiolo, segurança, auxiliar de cozinha e lembra um fato interessante quando trabalhava de garçom.

Léo e Zeca

Era uma noite de sábado e o Zeca (paranavaiense, jogador do E.C. Bahia) entrou no restaurante e sentou na ala ao qual eu atendia, e ao final da noite meu gerente levou a conta e falou que eu também jogava, em seguida ele me chamou e disse que ele sofreu muito na adolescência antes de se tornar jogador e falou pra mim não desistir dos meus sonhos. Aquele dia ele ganhou mais um fã”.

Léo relembrou o acontecido

Para finalizar, o atleta relata que não vê a família a mais de um ano e que dificuldades aparecem todos os dias, mas que com muita fé, tudo isso fica para trás.

Equipe da Universidade

Eu só tenho a agradecer a minha mãe, meu avô Amadeu e minha avó Elza que foram e são um dos únicos que acreditaram em mim desde o início e hoje sou muito grato a Deus e a todos que me apoiam. Creio que a maior dificuldade foi chegar aqui sem saber uma frase em inglês e me adaptar em um mundo totalmente diferente, mas quando a gente abre mão de tudo por um sonho e está disposto a pagar o preço, a chance dos objetivos se tornarem reais, aumenta e muito. Tenho que estar preparado o máximo possível e estar em alto nível tanto dentro de campo quanto na sala de aula para manter minha bolsa e trabalhar duro, dia após dia e entregar nas mãos de Deus, que se for pra mim me tornar um jogador profissional ou entrar no mercado de trabalho, eu serei realizado em ambas as funções. Creio que tudo que estou plantando hoje vou colher em algum momento”.

Finalizou Leonardo
Léo nesta sexta-feira em frente a Universidade

Fonte – Atleta de Cristo (Advaldo Filho)

Paranavaí 21/08/2020