“Salomão” fez história no Atlético Paranavaí
A coluna Recordando do site avelaresportes presta uma homenagem à Edson Salomão Felipe que faleceu ontem, 24/1, e será enterrado hojem 25/1, às 17 horas em Paranavaí.
Edson nasceu em São Sebastião do Paraíso (MG), tinha 87 anos, veio para Paranavaí com 17 anos foi presidente do Harmonia Country Club três vezes e esteve à frente do ACP em vários anos.
Edson contou em 2020 parte de sua história ao site avelaresportes.com de Paranavaí, em entrevista exclusiva.
“Quando aqui cheguei, meu irmão Geraldo Felipe tinha sido presidente do Atlético Clube Paranavaí (o segundo), falei com ele e todas as decisões eram tomadas em nossa loja (Casas Felipe) pelo Dr. Waldemiro Wagner e Luiz Spigolon. Pedi a ele para deixar eu treinar, ele autorizou, com 10 dias eu já era titular como goleiro, jogamos na região toda (até contra a Prudentina) eu era da categoria Amador, mas o time estava se profissionalizando. Resolvi largar o gol, briguei com o treinador e falei, só jogo na frente, mas fui parar na lateral esquerda, e também com 10 dias fui titular, fiquei até no time do Atlético Paranavaí até 1960, quando tive uma contusão séria e parei. Após joguei amadoristicamente com o time Veterano do Atlético Paranavaí, depois fui para o Harmonia, onde joguei até operar o joelho, isso em 1994”.

PRESIDENTE – Foi convidado para ser conselheiro do ACP, foi eleito presidente do Conselho Deliberativo (1992), em 1970 ajudou a montar o time com Noriva, Tutu e outros, era diretor de futebol. Em 1980, com o Cesar Borin e Nico Vendramin montou o time, por sinal muito bom. Não quis relatar nomes para não cometer injustiças. Nesta década, o ACP venceu no Maracanã o time Madureira pela Copa do Brasil, na preliminar de Flamengo e Atlético/MG, Estádio completamente lotado (foi inesquecível). Ele trouxe o técnico Coronel, que morava no Rio de Janeiro.
Entrou à frente do ACP em 2002 a pedido do prefeito Deusdete Ferreira de Cerqueira, como interventor em 2002, com uma boa diretoria acertou as contas. Por insistência dos amigos Salomão voltou em 2011, para disputar o Paranaense, em seguida deixou o time até os dias de hoje.
“Em 2002, fomos vice-campeões da Segunda Divisão, subimos em 2003 e fomos vice da Primeira Divisão, perdemos para o Coritiba, disse Salomão”.
Salomão falou. Pouca gente sabe, mas até 2008, o ACP foi a terceira força do futebol paranaense, em 2002 e 2003 fomos vice-campeões, ganhamos o troféu de campeão invicto e do interior, em 2004 não fomos para a final, pois teve um problema entre Campo Mourão e Londrina. A Adap de Campo Mourão não havia perdido para ninguém, na véspera do jogo contra o Londrina que interessava para nós, o supervisor da Adap dispensou todos os atletas titular, o Londrina ganhou e terminamos em quinto lugar. O ACP até em 2018, era a quarta maior renda do futebol paranaense, o maior público foi no jogo em Curitiba, entre Coritiba e ACP, em 2003 (50 mil), aqui em casa nossa média de público girava entre 15 a 20 mil torcedores”.
Salomão lamentou a situação que o time se encontrava. Falou de cadeira que Paranavaí tem condições de montar uma boa equipe para ficar até em quinto lugar. Quando a direção do time saiu das mãos de gente da cidade, a coisa degringolou, muita coisa errada foi feita, até hoje tem, disse que só ficava ouvindo.
FATO INUSITADO – Salomão relatou um fato considerado inusitado quando esteve à frente do Atlético Clube Paranavaí.
“Em 2003, classificamos para a Copa do Brasil, jogamos contra o Gama (Distrito Federal), teve um episódio que não gosto de lembrar, foi pior que a arbitragem de Coritiba e ACP em 2003 (árbitro Héber Roberto Lopes (FIFA-PR, marcou uma penalidade inexistente contra o ACP), uma vergonha, quando o Gama jogou aqui, tinha um atleta irregular, recorremos, o Dr. Fábio Franco fez uma grande defesa, ganhamos no Rio. Íamos jogar em Brasília, eu não fui, pois estava no Rio de Janeiro no outro julgamento do jogo. Era para começar às 18 horas, começou às 19h30, era uma movimentação tremenda no tribunal (presidente Sveiter) envolvendo diretores do Gama, advogados e o vice presidente da CBF. Pensei, ganhamos a primeira vez, achei que iriamos ganhar novamente, mas perdemos. Eu falei muita bobagem dentro do Tribunal, eu nunca havia visto aquilo no futebol, aquilo para mim era uma “M”, o nosso advogado pediu para eu me conter, se não seriamos presos no recinto. Foi lamentável”.
Paranavaí 25 de janeiro de 2025