Entenda por que o VAR demora a checar lances de impedimento no Brasileirão

A CBF usa desde 2019 dois modelos diferentes na disposição dos profissionais na cabine do VAR em suas competições. Na Copa do Brasil, que tem o árbitro de vídeo somente a partir das oitavas de final, um operador de replay extra fica exclusivamente responsável por selecionar e ajustar imagens em lances de impedimento.

Já no Brasileirão há somente um técnico para os replays, que fica a cargo de preparar as jogadas de todas as câmeras para os árbitros checarem. O impedimento é, na maioria das vezes, objetivo, ou seja, não precisa que o árbitro principal vá até o monitor da lateral do campo checar. E, também na maioria das vezes, até mesmo a olho nu é possível cravar que um jogador estava ou não impedido. Por que, então, há tanta demora de checagem até mesmo nesse lance que deveria ser resolvido em poucos segundos?

Torcedor debochando da demora do VAR

O impedimento é checado na cabine do VAR com base em linhas verticais e horizontais que são montadas a mão pelo operador de replay. Quem revisa é o AVAR 2, o segundo auxiliar de vídeo que tem como formação assistente de campo, o popular bandeirinha. O problema é que com apenas um operador de replay pode haver demora até no início da checagem, já que outro lance pode estar sendo revisto — um toque de mão, por exemplo. Se há dois operadores de replay, enquanto um está ajustando a imagem para o VAR ou o AVAR1 observarem um lance, o outro está exclusivamente com o AVAR 2 ajeitando as linhas para observar se houve ou não um impedimento. Há, portanto, maior agilidade.

Mas por que esse operador extra também não é usado no Brasileirão? Por custo. A estimativa da CBF é que aumente em até R$ 20 mil por jogo ter essa tecnologia extra porque não é apenas um profissional (remunerado, claro) na cabine, mas também o equipamento. Isso, em dez jogos, aumentaria o gasto com o VAR em R$ 200 mil por rodada — o valor atual beira os R$ 500 mil. O padrão para a VOR (a sala onde ficam os profissionais do VAR), e que é usada no Campeonato Brasileiro, são seis pessoas na cabine: três árbitros, o VAR, o principal, e dois auxiliares, um deles bandeirinha que analisa lances de impedimento, um operador de replay, um outro técnico a cargo da “ponte” entre a cabine e os técnicos da TV que é responsável pelas câmeras e o assessor da CBF que tem como função avaliar se o protocolo está sendo seguido.

No modelo que tem sido usado na Copa do Brasil aumenta para sete o número de pessoas na sala, com um operador extra para o AVAR que fica responsável por avaliar o impedimento. São portanto, nesse caso, dois operadores, além dos três profissionais de arbitragem, do técnico e do assessor.

Fonte – Marcel Rizzo (UOL)

Paranavaí 07/09/2020