Com técnicos amigos e longevos, Grêmio e São Paulo iniciam duelo por vaga na final da Copa do Brasil
O confronto de semifinal da Copa do Brasil entre Grêmio e São Paulo nesta quarta-feira, 23 de dezembro, às 21h30, na Arena Grêmio, colocará frente a frente os técnicos mais longevos da elite do futebol brasileiro. Mais que permanência nos cargos, algo raro no país, Renato Portaluppi e Fernando Diniz são unidos por uma relação de amizade desde os tempos em que o atual treinador gremista comandava o meio-campista no Fluminense.
Em 2002, Renato chegou às Laranjeiras para a sua primeira oportunidade como treinador de um dos grandes clubes do Brasil – tinha até então apenas uma passagem pelo Madureira. A estrela do Fluminense naquele momento era Romário. Um outro jogador, no entanto, se tornou braço direito do técnico. O interesse por questões táticas e da estratégia de jogo aproximou Diniz de Portaluppi, que no Rio de Janeiro leva a alcunha de Renato Gaúcho.
O Fluminense chegou até a semifinal daquele Brasileirão vencido pelo Santos de Diego e Robinho. A boa campanha fez Renato permanecer no clube para 2003, quando Diniz acabou emprestado para o rival Flamengo. Isso, no entanto, não abalou a amizade entre os dois, que permanece até os dias atuais. As trocas de elogios são habituas às vésperas de cada reencontro.
A gente sempre se deu bem. Fico contente que ele esteja fazendo um grande trabalho no São Paulo. Até pouco tempo ele era desacreditado e, agora, o trabalho dele vem sendo bem reconhecido. Fico feliz de enfrentar um amigo”
Disse Renato
Grêmio e São Paulo são times que têm características em comum, ambos apostam na troca de passes como principal fundamento para tentar envolver os adversários e chegar ao gol. Isso é reflexo do viés ofensivo que Renato e Diniz comungam ainda que tenham perfis diferentes na maneira de trabalhar. O ex-zagueiro da Seleção Brasileira Ricardo Rocha foi auxiliar técnico naquele Fluminense em que Renato e Diniz se conheceram e relata as dissimilitudes que enxerga nos dois amigos.
O Renato é aquela coisa do grupo. O Diniz também é, mas é mais estudioso, uma coisa mais focada nas jogadas. O Renato é um grande amigo, que, a meu ver, deve ser o técnico da Seleção Brasileira se o Tite sair. O Renato é um treinador que traz a responsabilidade para ele, que fala muito em grupo. O Diniz vem moldando suas características. Ele nunca havia treinado um time com a qualidade que tem o São Paulo e isso ajuda muito. O Diniz sempre foi muito inteligente, ponderado nas colocações. Ele mostrava (em 2002) características de poderia ser um grande treinador”.
Opinou Ricardo
Os quase 20 anos de carreira como técnico permitiram a Renato construir um currículo vitorioso que Fernando Diniz ainda tenta alcançar. Por conta disso, mesmo que lidere o Brasileirão, ele não deixa a Copa do Brasil em segundo plano.
Tetracampeão do mundo pela Seleção Brasileira, em 1994, Carlos Alberto Parreira faz elogios ao momento vivido pelo treinador são-paulino, mas acredita que os dois clubes chegam em condições parecidas para o confronto de mata-mata.
O confronto desta noite será o quinto entre Renato e Diniz e os números mostram paridade. Cada um conquistou uma vitória enquanto dois jogos terminaram empatados. A Copa do Brasil marca o primeiro encontro dos amigos em mata-matas.
O outro jogo da semifinal reúne hoje, 23, às 21h30 Palmeiras e América/MG.
Fonte – Gazeta Zero Hora Tricolor
Paranavaí 23/12/2020