Clássico do pé esquerdo: como laterais viraram solução no São Paulo e Corinthians

São Paulo e Corinthians se enfrentam no próximo domingo, 30 de agosto, às 11 horas, no Morumbi, no primeiro clássico das equipes neste Campeonato Brasileiro.

Os rivais, com altos e baixos na temporada, compartilham uma coincidência: a utilização de laterais-esquerdo em suas zagas.

As condições que levaram Léo e Danilo Avelar a essa troca de posição são diferentes. No caso do jogador do Corinthians, houve planejamento. Ele terminou a temporada passada, sob o comando de Dyego Coelho, como lateral. Mas a mudança foi tema de uma conversa telefônica com o técnico Tiago Nunes em dezembro.

Atrás de um defensor canhoto, o técnico colheu informações internas e topou o desafio da adaptação. Avelar já tinha jogado assim em dois ou três jogos pelo Torino, da Itália, e, aos 31, acreditava que poderia ter carreira mais longa como zagueiro que como lateral.

A presença como titular ao lado de Gil não veio logo de cara. Pedro Henrique, que voltou do Athletico a pedido de Tiago Nunes, começou 2020 à sua frente. Além disso, uma pubalgia durante a pré-temporada tirou Avelar da primeira fase do Paulistão.

Com o retorno de Pedro Henrique ao Furacão durante a paralisação dos campeonatos por causa da pandemia, Avelar entrou no time para não sair mais. Foram dez jogos seguidos, com cinco vitórias, quatro empates, uma derrota e seis gols sofridos.

Danilo

A utilização do Avelar é por uma questão óbvia de ele ser canhoto. E dentro da lógica, numa construção desde trás, um jogador de perna esquerda no lado esquerdo facilita a circulação da bola.

Disse Thiago Nunes

No São Paulo, a troca foi mais abrupta. Bruno Alves e Arboleda eram titulares incontestáveis da equipe até a frustrante eliminação no Paulista contra o Mirassol, que explicitou falhas defensivas do time de Fernando Diniz.

Ambos conseguiram se manter no time até o empate em casa contra o Bahia, quando a pressão sobre o treinador atingiu o ápice. Como resposta, Diniz trocou a dupla: promoveu o jovem Diego Costa, jogador da posição, e improvisou Léo – há poucos zagueiros no elenco tricolor.

Diniz argumenta que a presença de Léo ajuda na saída de bola do time. O lateral, que só tinha dois jogos no ano, foi elogiado pelo chefe pelas atuações contra o Sport e o Athletico, duas vitórias por 1 a 0.

Tenho procurado melhorar. Depois do jogo, eu chego em casa e assisto vídeos de jogadores que saem de uma posição e vão para outra. Minha referência é o David Alaba (do Bayern de Munique), que era um lateral-esquerdo e agora é zagueiro. A gente tem que ser humilde e olhar vídeo, pesquisar, nunca achar que está bom e procurar pessoas da posição para saber se está faltando alguma coisa para você evoluir”.

Falou Léo

Pode ser, porém, que Léo volte a atuar em seu setor de origem no clássico de domingo. Com Reinaldo suspenso e sem outro substituto, Diniz pode optar por recolocar Léo na lateral e dar nova chance a Bruno Alves e Arboleda. Outra opção seria improvisar Liziero na esquerda.

O Léo de fato está entregando aquilo que eu esperava como zagueiro, e ele também é lateral. É uma coisa que estou pensando para o clássico desde quando o Reinaldo tomou o terceiro amarelo, mas nada definido”.

Falou Diniz

O treinador deve definir uma solução a partir desta sexta, quando os titulares treinarão em campo no CT da Barra Funda. O São Paulo é o terceiro colocado no Brasileiro, com dez pontos, e o Corinthians é o 12º, com cinco.

Fonte – ge (Leonardo Lourenço e Marcelo Braga )

Fotos – Rodrigo Coca e Rubens Chiri

Paranavaí 28/08/2020