Após ameaça de boicote de grandes paulistas, Athletico-PR faz acordo e vai disputar a Copinha

Athletico-PR conseguiu contornar a pressão exercida por outros clubes e vai disputar a Copa São Paulo de Juniores em 2023.

Como revelou o ge em outubro, os rivais Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo se uniram e ameaçaram boicotar a Copinha caso o Furacão participasse do torneio. Eles e outros clubes alegavam que os paranaenses aliciavam jovens atletas.

Para solucionar o caso, o Athletico-PR concordou em mudar práticas nas categorias de base e até mesmo a devolver um jogador que atuava pelo Bragantino.

A Federação Paulista de Futebol intermediou o acordo, sediando uma reunião com representantes do Athletico e de outros clubes – do lado das agremiações insatisfeitas, o principal líder foi João Paulo Sampaio, que é coordenador da base do Palmeiras.

As reclamações contra o Furacão são antigas. Em 2020, o Botafogo acusou os paranaenses de aliciarem um atleta de 13 anos. Já em março deste ano, o Retrô citou “atitudes insidiosas” dos paranaenses em relação a jovens jogadores.

Recentemente, o Athletico ficou fora da Copa Nike, torneio Sub-15 realizado anualmente. Para reduzir os efeitos dessa ausência, a equipe viajou para o Paraguai.

Entre dirigentes de categorias de base o entendimento é de que Furacão tem atitudes que desrespeitam o código de ética constituído pelo Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro, que foi criado em 2012. Uma delas seria negociar com familiares de atletas com menos de 14 anos que já estejam em algum clube.

O Athletico chegou a deixar o grupo temporariamente, mas foi readmitido após este acordo.

Outra acusação é de que o Furacão busca jovens em outras cidades e estados e oferece hospedagem a eles em casas e pousadas próximas ao clube – a lei só permite alojar atletas acima de 14 anos.

Antes dos 14 anos, os jogadores são cadastrados com um registro de Iniciação Desportiva, que é renovado anualmente e conta para somatória do cálculo do Mecanismo de Solidariedade da FIFA.

A partir dessa idade os atletas podem assinar o contrato de formação. Ainda assim, esse é um vínculo considerado frágil judicialmente. O contrato profissional – este sim difícil de ser rompido – é permitido somente a maiores de 16 anos.

Na foto a equipe do Athletico Paranaense.

Por Bruno Cassucci e Guilherme Moreira — Globo/São Paulo

Paranavaí 02 de novembro de 2022