Morre “Zagallo”, campeão em quatro Copas do Mundo e um dos maiores da história do futebol

Zagallo nasceu na cidade de Atalaia, no estado de Alagoas, em 9 de agosto de 1931. Ainda jovem, se mudou para o Rio de Janeiro e iniciou sua carreira como jogador nas categorias de base do América Futebol Clube.

Zagallo faleceu na sexta, 5/1, no Rio de Janeiro, por falência múltipla de orgãos. Está sendo velado na CBF.

Em 1950, participou de sua primeira Copa do Mundo, mas ainda não como atleta. Na época, aos 19 anos, fazia parte da Polícia do Exército.

Sabendo de sua ligação com o futebol, o chefe do esquema de segurança da competição o designou para trabalhar nas arquibancadas do estádio do Maracanã durante a final, onde assistiu o Brasil ser derrotado pelo Uruguai.

Oito anos mais tarde, a história foi diferente. Já sendo um dos destaques do Flamengo, esteve relacionado na convocação para a Seleção Brasileira na campanha vitoriosa da Taça Oswaldo da Cruz. Com o êxito, seguiu com o grupo para o Mundial daquele ano, que foi disputado na Suécia.

1962

Em solo europeu, participou dos seis jogos da competição. Acabou sendo responsável por um dos gols na final vencida pelos brasileiros por 5 a 2, contra os donos da casa. Ali, conquistava sua primeira Copa. Na edição seguinte, em 1962, no Chile, ganhou o bicampeonato mundial.

Ainda com a amarelinha, foi vencedor da Taça do Atlântico (1960), da Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962), da Taça Bernardo O’Higgins (1959 e 1961) e da Copa Roca (1960 e 1963). Em 1964 resolveu se aposentar da Canarinho como atleta.

Mesmo depois de pendurar as chuteiras, o Velho Lobo resolveu continuar no futebol. Em 1966, assumiu o comando do Botafogo. Na equipe, foi campeão da Campeonato Carioca em 1967 e 1968, da Taça Rio nos mesmos anos, e do Campeonato Brasileiro de 1968, à época chamado de Taça Brasil.

1970

Antes da Copa do Mundo de 1970, disputada no México, foi chamado para ser técnico da Seleção, substituindo João Saldanha. O time era recheado de craques, como Pelé, Rivelino, Gérson, Jairzinho, Clodoaldo e Tostão.

A campanha brasileira foi espetacular: seis vitórias em seis jogos, 19 gols marcados e apenas sete sofridos, coroando uma grande campanha para o tricampeonato. Zagallo passou a ser a primeira pessoa na história a conquistar um mundial como treinador e jogador.

Em 1974, não teve o mesmo êxito, mesmo mantendo algumas peças do tri. Acabou na quarta colocação na Copa do Mundo da Alemanha.

Nos anos 1970 ainda teve passagens vitoriosas como treinador do Flamengo, do Fluminense, e do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Nos anos 1980 comandou Vasco, Seleção Saudita e Bangu.

Após 20 anos, Zagallo retornava para a maior competição de futebol. Mas, desta vez, como coordenador técnico, na comissão de Carlos Alberto Parreira, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994.

Na fase de grupos, a Seleção não perdeu, liderando o grupo B. Venceu a Rússia, por 2 a 0, e Camarões, por 3 a 0. Contra Suécia, empatou em 1 a 1.

Nas oitavas de final, os brasileiros derrotaram os anfitriões por 1 a 0, com gol de Bebeto. Nas quartas de final, superaram a Holanda por 3 a 2. Na semifinal, a Seleção encontrou novamente a Suécia, mas dessa vez saiu com a vitória, por 1 a 0.

A grande final foi contra a Itália, com um persistente empate por 0 a 0 no tempo normal. Nas penalidades, o Brasil fez 3 a 2, interrompendo um jejum de 24 anos sem a conquista da Copa. Foi o quarto título de Zagallo como membro da delegação.

Após a competição, com a saída de Parreira, o “Velho Lobo” foi escolhido para a sucessão e voltou a comandar a Seleção Brasileira. Venceu a Copa Umbro, em 1995, e a Copa América e a Copa das Confederações em 1997.

1994

Em 1998, Zagallo embarcava para seu terceiro mundial como técnico. Na primeira fase, o Brasil terminou em primeiro no grupo A, com seis pontos, vencendo duas seleções: a Escócia, por 2 a 1, e o Marrocos, por 3 a 0. E sofreu um revés, contra a Noruega, por 2 a 1.

Nas oitavas de final, goleou o Chile por 4 a 1, com gols de César Sampaio e Ronaldo Fenômeno. Já nas quartas de final, venceu a Dinamarca, do lendário goleiro Peter Schmeichel, por 3 a 2, em uma grande partida.

Na semifinal teve a Holanda pela frente. No tempo normal, empatou por 1 a 1 com a Laranja Mecânica. Nas penalidades, venceu por 4 a 2, contando com a genialidade do goleiro Taffarel.

1998

Mas na final, contra a França, anfitriã do torneio, a história mudou. Marcada pelo episódio de uma convulsão de Ronaldo Fenômeno antes da partida, a Seleção foi completamente dominada e derrotada por 3 a 0.

  • Como jogador: Copa do Mundo (1958, 1962); Taça Bernardo O’Higgins (1959, 1961); Taça do Atlântico (1960); Copa Roca (1963); Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961, 1962);
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  • Como treinador: Copa do Mundo (1970); Copa Roca (1971); Taça Independência (1972); Copa Stanley Rous/Umbro (1995); Pré-Olímpico (1996); Copa América (1997); Copa das Confederações da Fifa (1997);
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  • Como coordenador técnico: Copa Amizade (1992), Copa do Mundo (1994), Copa América (2004), Copa das Confederações (2005) e Carlsberg Cup (2005).
2003 com Parreira

Fonte – CNN Brasil

Fotos – Wilson Pedrosa, Fábio Motta, Célio Jr (Estadão Conteúdo)

Paranavaí 06/07 de janeiro de 2024