Empresariado por Adriano Spadotto, “Adriel supera morte do pai” e faz gols na final

Imagine perder seu maior incentivador, o responsável por seus primeiros passos em busca de um sonho, em tragédia ocorrida justamente no ambiente que pode transformar a vida da sua família: o campo de futebol. Quem teria estrutura para tocar na bola e ter contato com o gramado poucos dias depois de viver algo tão pesado? O adolescente Adriel Moraes, que tem como empresário Adriano Spadotto teve de sobra.

Não lhe faltou força mental para, com a camisa 7 do Flamengo às costas, honrar o nome do pai, Ângelo Márcio Moraes, com gols e um título conquistado no estado onde nasceu.

Tal turbilhão de acontecimentos e sentimentos deu-se em curtíssimo intervalo de tempo. No último dia 24/11, Ângelo Márcio, que tinha 44 anos e era atleta de Futebol de Sete, passou mal após disputar uma partida em Pinhão, cidade onde o meia-atacante Adriel nasceu, no interior do Paraná. Ângelo ainda foi encaminhado a um hospital da região, porém não resistiu. O mais duro é que o jovem, acompanhado da mãe (Ilda Maria), assistia pela internet ao jogo que o pai disputava.

Com certeza foi o maior choque que já tive. Quando eu e minha mãe o vimos passando mal, ficamos muito preocupados porque ele tinha desmaiado, também jogando futebol, na semana anterior ao dia do falecimento. Dessa forma, já entramos em contato com nossos familiares da cidade de Pinhão para saber mais informações. Nisso meu pai já estava no hospital e posteriormente veio a notícia de que ele havia entrado em óbito”.

Disse Adriel

Cinco dias após a pior dor que sentiu na vida, Adriel e sua impressionante força mental entraram em campo. O jovem voltava ao Paraná, palco de seu nascimento e da tragédia que vitimou o pai, para disputar a Caju’s Summer Cup 2021, torneio realizado no C.T. do Athletico Paranaense. De 29 de novembro a 3 de dezembro, o time Sub-16 do Flamengo jogou cinco vezes (três vitórias, um empate e uma derrota) e foi campeão na sexta-feira, 3/12 com vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo.

Elenco do Flamengo em Curitiba

O mal súbito sofrido por Ângelo ocorreu quando deixava o campo para abraçar Joari, uma das pessoas fundamentais no processo que colocou Adriel no caminho do futebol profissional. Exatamente duas semanas após a perda, o garoto do Ninho, que completou 16 anos na segunda-feira, 6/12, não escolhe outra pessoa para oferecer o troféu e os dois gols marcados na competição, ambos feitos na semifinal, contra o Aduriz-PR (5 a 0).

Adriel afirma que tirou de si e do suporte familiar a força para entrar em campo na semana posterior à morte de Ângelo. Ele, aliás, garante que os gols marcados na semifinal do torneio têm a mão do pai.

Com certeza pelo apoio da minha família, por minha vontade de vencer e de dar seguimento ao projeto que meu pai tanto se orgulhava de ver. No jogo da semifinal, lembrei do conselho que ele sempre me dava: “Corte para a esquerda”. Isso me marcou profundamente, marquei dois gols assim e consegui ajudar minha equipe”.

Completou o jovem atleta

Spadotto levou Adriel ao Flamengo há três anos (tinha 13 anos).

Adriano Spadotto foi campeão paranaense pelo ACP em 2007

Por Fred Gomes – ge/Rio de Janeiro

Foto: José Tramontin/athletico.com.br

Paranavaí 09/12/2021